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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Celebrando o nascimento

Não foram poucas as vezes que ficava olhando os mastros estaiados dos grandes veleiros imaginando uma linda árvore de natal. De fato alguns velejadores iluminam os estais do mastro de seus veleiros quando chega a noite. É uma visão belíssima de luzes perfiladas que se reflete na água. É mesmo a visão de uma árvore de natal iluminada.

Nessa época de final de ano temos uma transformação na sociedade voltada para a bondade e caridade. Alguns chamam de espírito de Natal. Outros chamam de aproximação com Deus. Outros consideram apenas marketing. Seja o que for, nessa época do ano as pessoas tendem a se concentrar mais em energias positivas e bons pensamentos. Isso transforma a energia das cidades para uma leveza que todos gostariam que imperasse por todos os dias do ano.

No meu coração reina ainda mais forte a vontade de ver os veleiros com seus mastros acesos à noite. Singrando pela escuridão das águas com suas árvores de Natal acesas. Tenho certeza que em algum lugar os velejadores se utilizam dessa imagem para comemorar o Natal.

Natal, tem o significado voltado ao nascimento, o nascimento da fé de um povo cristão. Povo esse que compõe a grande maioria da população brasileira. O nascimento de Jesus significa o nascimento da fé, a luz na escuridão da falta de esperança. A crença de que tudo pode se transformar de acordo com a vontade de Deus e amor de seus fiéis.

Tendo fé em dias melhores e muito mais amor na terra, é que imagino a celebração do nascimento do amor no coração das pessoas, vindo das águas em barcos iluminados. Mostrando que o infinito também pode trazer luz. Que de longe pode vir a esperança. Que para longe podemos mandar o amor. Que todos unidos pelas águas podem somar fé e esperança transformando a suavidade do navegar em ondas de cooperação, união, caridade e amor.

Tenhamos todos um feliz nascimento do amor dentro de nós. Que saibamos acalentar esse rebento em nossos corações para que ele cresça e se multiplique para todo o mundo.

(Marcelo Rodrigues Maia Pinto - 16/12/2014)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Conhecimento náutico e a vida

A arte da navegação é um complexo de conhecimentos acumulados ao longo de muitas gerações. Toda e qualquer habilidade deve ser aprimorada com conhecimento, na náutica não poderia ser diferente. Aliás o aprendizado da navegação é muito rico e interessante. Daí pode ser comparado com o próprio viver.

Estabelecer um destino, calcular a rota e criar objetivos e metas, são etapas do planejamento de qualquer viagem, seja em uma embarcação, veículo terrestre ou à pé. Conhecer o caminho a ser percorrido, ler as cartas náuticas verificar os riscos à navegação e estabelecer a melhor rota. Analisar previsões do tempo e condições do mar. Verificar equipamentos e recursos disponíveis, adequar à rota e partir para a viajem. Durante o trajeto ajustes são necessários, correções de rumo, reestabelecimento de objetivos, reprogramação da viajem e até atuação em contingências e emergências.

Na vida é exatamente deste jeito. Planejamos, analisamos e quase tudo vai mudando ao longo do percurso, inclusive nossas crenças e nossos valores. Vamos amadurecendo e evoluindo até o nosso destino final. Alcançamos alguns dos nossos objetivos, outros são suprimidos do caminho e tantos outros são adotados em razão das contingências. Quanto mais preparados para a vida, menores se tornam os problemas a serem resolvidos, ou melhor, não são os problemas que se tornam menores, mas como somos mais capazes de solucionar, esses problemas são resolvidos mais facilmente.

Voltemos à navegação. Quanto maior o conhecimento e a experiência melhor a condução da embarcação, menos risco corre ao navegar e mais facilmente são solucionados os problemas.

E assim vamos às nossas aventuras pelos mares, pelos livros, pelas ruas, pelos caminhos desse presente que é a nossa vida. O destino de todos nós é a morte, a nossa embarcação é o nosso corpo, mas o caminho de cada um é único, nosso combustível é a felicidade e o amor.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

VELEJAR, O JOGO

Em tempos de mundo virtual, os jogos cibernéticos dominam o imaginário dos jovens. São estimulantes e entretêm por muitas horas em frente às telas. Os desafios propostos estimulam as pessoas a buscarem habilidades em conduzir seus personagens em aventuras virtuais onde não existem riscos à integridade física, onde tudo é possível. Mas esse novo mundo proposto consegue tornar as pessoas melhores? Será que aumenta o entendimento da vida real?

Essas perguntas provavelmente terão respostas negativas em função do comportamento das pessoas no mundo real. As tentativas de transferir para a realidade tudo que foi aprendido no mundo virtual mostra claramente a imaturidade e falta de conexão com a realidade.

Por outro lado a prática da vela pode ser encarada como um jogo, nos mesmos moldes dos cibernéticos. Velejar é um desafio permanente. Os objetivos serão vencidos à medida que o aprendizado e as habilidades forem evoluindo. Fazer o barco se movimentar com o vento, colocá-lo no rumo certo, estabelecer um objetivo, traçar rotas, avaliar percurso e finalmente concluir o caminho.

Tudo funciona do mesmo jeito que um jogo, a diferença é que é real, as experiências são reais. Os sentidos serão utilizados para suprir as necessidades do organismo. Tudo que acontecer será sentido e vivenciado. Haverá contato com o mundo, necessidade de integração com a natureza e o clima. Calor, frio, sol, chuva, umidade ou secura serão experimentados. Haverá necessidade de estabelecer relacionamentos, criar responsabilidades e integração.

Como seria o mundo se mais pessoas praticassem a vela? Imagino que teríamos pessoas mais calmas, amadurecidas e responsáveis. Seria um mundo mais comprometido com a natureza. Aliás natureza da qual fazemos parte e dependemos para sobreviver. Acredito na educação das crianças, na conexão com a realidade através de vivências lúdicas e prática desportiva saudável. Há que se buscar isso para que o mundo seja melhor, para que possamos passar a diante um mundo melhor do que recebemos. Acredito que ainda dá tempo e tem muita gente atuando nesse sentido. Devemos apoiar e incentivar todas as boas iniciativas.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O VELEJADOR E O JIPEIRO

Quando escolhemos nossos caminhos estamos exercendo a mais pura forma de liberdade. E é desfrutando desse imenso poder sobre nós mesmos que desnudamos a nossa essência.

Há muitos anos quando ministrava cursos de Qualidade Total na empresa em que trabalhava,  eu exibia, logo na abertura do curso, uma imagem de dois carros um ao lado do outro.  Era um Jipe e uma Ferrari. Logo em seguida eu perguntava: Qual é melhor?  Qual tem mais qualidade? Obviamente todos apontavam a Ferrari.
Em seguida eu apresentava a imagem de uma estrada de terra cheia de erosões com ladeira. Nesse momento eu perguntava : O caminho é esse. E agora,  qual carro é melhor? Nesse momento todos apontavam o Jipe. Daí eu começava a introduzir os conceitos de adequação,  funcionalidade e utilidade.

Hoje eu estava lembrando dessas imagens e repensando a minha vida. Por que eu uso um Jipe Engesa a 13 anos? Por que eu gosto tanto de velejar? Essas questões me intrigaram e passei a buscar respostas.
Lembrei do lema da Engesa: "Quem tem Engesa não precisa de estrada". Esse lema diz muito mais sobre nós mesmos do que sobre o mundo fora de estrada.

Um Jipeiro é por essência uma pessoa livre e desapegada. Gosta de decidir seus rumos,  seus caminhos e seus objetivos.  Não gosta de limites. Acredita que os obstáculos são desafios a serem superados. Traça metas e objetivos.  Se prepara para as piores condições.  Estuda rotas, obstáculos e alternativas. E sai determinado a atingir o objetivo escolhido.

Alguma semelhança com o velejador?

Pois é,  fiquei agora imaginando uma foto de uma bifurcação onde um lado seria uma longa estrada asfaltada,  lisa,  larga e reta. O outro lado seria uma estrada de terra estreita,  íngreme e cheia de erosões.  No meio haveria uma placa escrito DESTINO e duas setas apontando uma para cada lado, indicando que os dois caminhos levam ao mesmo lugar.

Daí eu perguntei pra mim mesmo: Qual caminho eu escolheria?  Você tem alguma dúvida de qual foi a resposta? Claro que foi a trilha. Daí vem outra questão: Mas, por que? Essa foi bem mais difícil de responder.
Pela lógica eu deveria escolher o caminho mais fácil. Menos energia e esforço para chegar ao mesmo resultado. Mas aí coloco os ingredientes da aventura,  do desafio e da superação. Nesse momento aparece a essência do indivíduo. É o exercício do livre arbítrio. Nem todos chegarão ao destino almejado,  somente os mais preparados e capazes de enfrentar os obstáculos avançarão pelo caminho.

Assim é a nossa vida. Nós escolhemos nossos caminhos. Devemos fazer essa escolha em cada bifurcação.  Devemos avaliar nossas limitações e capacidade em cada etapa. Saber quando devemos pedir ajuda. O mais importante é determinar até onde podemos e queremos seguir sozinhos. Qual sacrifício estamos dispostos a fazer pela nossa escolha?

Agora já deu para perceber que o velejador é o jipeiro dos mares. É a pessoa que está em contato direto com os elementos da natureza. É o ser humano que tem prazer em enfrentar o desafio de escolher seu destino e enfrentar todos os obstáculos impostos. Escolhe estratégias,  estabelece metas e objetivos.  Estuda rotas e meteorologia.  Escolhe por onde quer ir.

Essas pessoas são assim. Está no sangue. Por isso tem as estradas asfaltadas,  os carros esportivos,  os barcos a motor e as lanchas, para as pessoas que não são assim, que preferem outros desafios. E assim temos que nos entender e nos aceitar como somos. Saber que escolhas e avaliações erradas nos trazem problemas maiores do que somos capazes de enfrentar. Nesses momentos devemos reavaliar nossas escolhas,  pedir ajuda e recuar.  Recuar sim, porque voltar atrás permite que seja escolhido um novo caminho.

(Marcelo Rodrigues Maia Pinto - 26/11/2014)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

IPEZIM - Feito com amor

No início de 2014 eu ví uma moça sentada em um banco olhando para a enseada de Jurujuba, tinha uma enorme mochila ao seu lado e uma expressão contagiante de alegria em sua face. Não entendi muito bem aquela situação, mas segui minha vida. No dia seguinte encontrei novamente a mesma moça no galpão náutico do Jurujuba Iate Clube, tentando cobrir com pedaços de plástico uma quilha de ferro fundido, para protegê-la da chuva que ameaçava cair. Neste momento me prontifiquei em ajudar e ofereci uma pequena lona plástica que havia em meu carro para cobrir o restante. No dia seguinte presenciei a chegada de um veleiro, ainda por ser terminado, em um caminhão sujo de pó de minério de ferro. Fiquei extremamente curioso e acompanhei o desembarque do veleiro. Lá estava novamente a moça da mochila, agora acompanhada de um homem barbudo todo empoeirado pelo mesmo pó de minério. Tanto o barbudo quanto a moça estavam radiantes. Esse foi o meu primeiro contato com o casal Luciana Alt e Vitor Moura, e o veleiro era o IPEZIM.

Nossa amizade começou quando tomei conhecimento da fantástica aventura que foi esse veleiro chegar até ali. Aventureira é aquela pessoa curiosa em aprender e experimentar o novo, é destemida em se lançar em desafios, corajosa em buscar o conhecimento necessário para vencer etapas e determinada em alcançar os objetivos estabelecidos. E hoje tenho certeza que esses dois são verdadeiros aventureiros.

A carioquíssima Luciana, ainda criança já praticava vela, participou de regatas e campeonatos em diversas classes. Ainda na fase escolar teve que acompanhar a família que havia se transferido para Belo Horizonte, local pouco adequado para a prática da vela. Mas com seu espírito aventureiro logo se engajou em grupos de espeleologia e passou a explorar as cavernas de Minas Gerais. Já há algum tempo nos grupos de espeleologia veio conhecer um jovem universitário que estava entrando nesse mundo das cavernas, Vitor Moura. Algum tempo depois vieram a namorar e posteriormente se juntaram. Uma união baseada em amor, sonhos e aventuras.

Vitor desde pequeno se interessava por barcos e sonhava um dia poder se aventurar pela costa brasileira ou até pelo mundo afora. Ora vejam que dessa união surgiria a idéia de se adquirir um veleiro para curtir novas aventuras. Mas o dinheiro não era suficiente e nem o local que moravam adequado. Depois de muitos estudos e várias hipóteses analisadas veio a ideia de se construir o IPEZIM.

Essa história é contada e ilustrada no Fotolog Veleiroipe (http://www.fotolog.com.br/veleiroipe/mosaic/).

Passaram-se dez anos e o IPEZIM foi lançado à água e hoje veleja pelas águas da Baía de Guanabara e arredores do Rio de Janeiro, mas tenho certeza que logo ganhará outros mares.

O veleiro IPEZIM é um Multichine 28 construído por Vitor e Luciana durante dez anos. Tenho certeza que só venceram cada um dos dias dessa jornada com muito amor e dedicação um pelo outro. Foram muitas as dificuldades relatadas pelo casal, todas superadas. Boa sorte ao Vitor e à Luciana e parabéns pelo excelente trabalho que fizeram.


Vitor e Luciana no Veleiro IPEZIM em 06/11/2014


Vitor e Luciana no Veleiro IPEZIM em 06/11/2014 - Estavam instalando o radar.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MAR ME QUER

O filme MAR ME QUER produzido e dirigido por Isabella Souza Nicolas, que tivemos o privilégio de assistir ontem em pré-estréia, é sensacional, no sentido literal da palavra, produz várias sensações.
Trata-se de um documentário sobre a história do iatismo nacional, muito bem dirigido e produzido. Tem uma sequência lógica bem contextualizada, ritmo e encadeamento estruturado de forma leve e divertida. É um longa metragem que ao final dá um gostinho de quero mais, muito difícil em documentários. É questionador, polêmico, instrutivo, realista e divertido. Excelente ferramenta educacional para o mundo náutico e acadêmico.

A generosidade da Isabella Souza Nicolas é parte integrante desta obra, trás tudo de iatismo inclusive o movimento da VELA POPULAR, que eu e o Danilo Veleirok, tivemos o privilégio de participar com pequena aparição no filme. Essa contribuição coloca de vez a VELA POPULAR como um movimento integrante da história do Iatismo nacional. Tenho certeza que o movimento que está em franca expansão no Brasil, ganhará mais força para continuar e se tornar cada vez mais popular.

A visão inicial de que a VELA POPULAR tem que ser efetivamente popular, no sentido de estar ao alcance de todos, porém sem perder a qualidade técnica conceitual e teórica, sempre foi ponto fundamental muito defendido pelo Danilo Veleirok. Várias vezes foi criticado por isso, mas hoje podemos ter a certeza que ele sempre esteve correto em sua visão. Para ser popular e barato não precisa ser ruim, a troca de informações garante um desenvolvimento técnico e conceitual promovendo evolução técnica e integração entre os participantes. É assim que tem que ser, a própria história do iatismo começou assim, trocando informações e experiências. Assistam o filme quando tiverem oportunidade. Neste momento ainda não está disponível ao público, mas assim que tiver passaremos a informação de como poderão assisti-lo.

Segue abaixo um link para o Teaser do filme MAR ME QUER.
http://youtu.be/G5hpcuKyZjs


Cartaz do filme MAR ME QUER


Isabella Souza Nicolas com as pessoas que participaram do filme
(Eu e Danilo Veleirok à direita da foto)


Da direita para a esquerda: Eu (Marcelo Maia), Danilo Veleirok, Isabella Souza Nicolas, Ivan Yvl


Da direita para a esquerda: Eu (Marcelo Maia), Danilo Veleirok, Isabella Souza Nicolas, Nívea Santos, Ivan Yvl


Da direita para a esquerda: Eu (Marcelo Maia), Danilo Veleirok, Isabella Souza Nicolas, Nívea Santos, Ivan Yvl



terça-feira, 30 de setembro de 2014

SEGUNDO ENCONTRO NACIONAL DE VELA POPULAR - 2014 - Tarituba - Paraty - RJ

Entre os dias 07 e 09 de NOVEMBRO de 2014, na praia de Tarituba, Paraty, RJ, irá acontecer o SEGUNDO ENCONTRO NACIONAL DE VELA POPULAR. Trata-se de um evento aberto aos amantes da navegação amadora. É um encontro de pessoas que tem em comum a paixão por navegar. Se você ainda não tem barco, mas gostaria de participar, venha conhecer essas pessoas maravilhosas que fazem parte dos grupos de vela popular. A cada ano o movimento cresce e nós vamos conhecendo mais e mais apaixonados pela navegação que estão sempre dispostos a cooperar com todos no sentido de desenvolver e ampliar a vela popular. Eu participei do primeiro e tive uma maravilhosa surpresa em conhecer tanta gente bacana que tem por esse Brasil. É uma ótima oportunidade!
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De 07 a 09/11 - Praia de Tarituba - Paraty - RJ

O que é ? Uma reunião de quem faz dos pequenos veleiros e da convivência com os amigos uma diversão. Não tem barco ? Não veleja ? Não importa. Venha conhecer gente que pensa diferente e se diverte com o vento.

Para quem é? Qualquer pessoa que se interesse em velejar em pequenos barcos, com experiência ou não.


Foto do Primeiro Encontro de vela Popular - 2013



sábado, 16 de agosto de 2014

Tamanho não é documento

Quando tamanho não é documento?
Vamos voltar a esta questão do tamanho da embarcação. É sempre um tópico que gera muitas discussões, mas na verdade o tamanho da embarcação tem, obrigatoriamente, que ser adequado ao perfil de utilização do seu dono. É uma simples constatação do óbvio. Mas nem todos querem ver isso. A combinação dos fatores de utilidade é que vai determinar o uso de qualquer embarcação:
1- Para que vai servir o barco? Lazer, trabalho, esporte ou status
2- Quanto tenho disponível na minha renda para adquirir o barco? Quanto maior mais caro
3- Quanto tenho disponível na minha renda para manter o barco? Quanto maior mais manutenção
4- Quanto tenho disponível na minha renda para utilizar o barco? Aqui entra consumo de combustível, em barcos a motor, despesas com tripulação, em barcos grandes.
4- Onde vou guardar meu barco? Quanto maior mais complicado e mais caro. Nesta questão há considerações importantes já discutidas em outro tópico referentes à possibilidade de o barco ficar sempre na água.
5- No caso de optar por um veleiro, existem outras questões: Sou velejador? Gosto de velejar? Sei velejar? O meu veleiro permite que eu veleje só? Se não dá para velejar só, tenho condição de bancar uma tripulação adequada? Nesta última questão, muita gente boa se equivoca e depois acaba tendo muita dificuldade de velejar por ter um barco que demanda tripulação e na maioria das vezes conta com a família como tripulação, mas quase nunca os familiares estão dispostos a isso.

Minha recomendação é: Adquira o menor barco que atenda as suas necessidades.

Lembre-se do ditado: "Quanto menor o barco maior será o prazer que ele vai te dar."

No mais, Boa sorte!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Barcos na água, experiência própria.

Meu aprendizado sobre barcos na água é contínuo, há sempre algo a se aprender enquanto o barco está na água. Primeira consideração: É melhor deixar o barco no seco ou na água? A resposta a esta questão leva em conta uma série de fatores, tais como:
- O sistema de propulsão do barco permite ficar na água direto? Depende do barco, do sistema de propulsão se está no mar ou em água doce. O sistema de propulsão é um dos fatores mais importantes a se considerar para decidir sobre a forma de armazenamento. As embarcações com motor de popa só podem ficar direto na água se forem utilizadas com muita frequência, principalmente se estiverem no mar. O sistema de refrigeração dos motores de popa utilizam a própria água do mar para funcionar o que implica no acúmulo de sal e corrosão dos dutos se a água secar dentro do motor. Se a água for suja ou barrenta há necessidade de lavagem frequente para que não haja entupimento dos dutos de refrigeração do motor. Já os sistemas de propulsão com motor de centro-rabeta, não são indicados a permanecerem na água por mais de 7 dias pois o acúmulo de craca, limo e sujeira podem comprometer o funcionamento da rabeta, neste caso é melhor consultar cada fabricante. Já os sistemas de propulsão com motor de centro-eixo fixo, são mais adequados à permanência longa na água, normalmente são usados nas embarcações de maior porte que não podem ser guardadas em seco.
- O barco foi construído e preparado para ficar na água direto? O material do casco deve ser adequado à permanência na água, deve ser preparado para evitar osmose e infiltrações. Deve ter o fundo pintado com tinta antiencrustante adequada. O convés deve ser autodrenante para evitar alagamentos por chuva. Deve haver sistema autônomo de esgotamento de água no porão. Deve haver registros em bom estado em todos os flanges de captação de água abaixo da linha d'água.
- O local onde o barco vai ficar é abrigado? Essa é uma pergunta meio óbvia, mas fundamental, pois o abrigo em relação a ondas e principalmente ao vento se faz necessário para preservação da embarcação.
- O local permite um fundeio seguro? Nesse caso deve-se considerar tipo de fundo, variação de marés, passagem de outras embarcações etc..

 Há uma infinidade de questões a serem levantadas, não pretendo esgotá-las neste artigo, mas sim chamar a atenção e auxiliar as pessoas a tomarem suas decisões no momento da aquisição de sua embarcação. Existem locais mais ou menos adequados à guarda de cada tipo de embarcação, portanto a necessidade de análise da maior quantidade de fatores envolvidos pode levar a uma decisão mais acertada quando o assunto é guarda de embarcação na água.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Vejam como será a capa do livro "Ventos Favoráveis" do Rommel Castro.

Breve Lançamento!
Vejam como será a capa do livro "Ventos Favoráveis" do Rommel Castro.





O livro "Ventos Favoráveis" do Rommel Castro já está quase pronto.

O livro "Ventos Favoráveis" do Rommel Castro já está quase pronto. O Rommel Castro é um dos grandes incentivadores da disseminação da cultura náutica no Brasil. Está escrevendo um livro sobre conhecimentos náuticos que está em fase de conclusão. Eu tive o privilégio de fazer uma pequena contribuição sobre os caiaques à vela. Parabéns Rommel Castro por mais essa iniciativa em favor da cultura náutica no nosso país.
O Rommel também é o criador da página "Conhecimento Náutico" no Facebook. (https://www.facebook.com/ConhecimentoNautico?hc_location=timeline)


segunda-feira, 17 de março de 2014

Como trocar a GAXETA (Cordão) do eixo do barco.

Achei necessário publicar este artigo pois não encontrei muitas informações a respeito desta operação muito simples de ser realizada. O melhor artigo que eu encontrei foi no blog do Veleiro Refrega (http://veleirorefrega34.blogspot.com.br/2011/05/ajuste-na-gaxeta.html), de onde tirei a figura e a foto, mas não dá muitos detalhes da operação. Sendo assim resolvi fazer um passo a passo do processo. No meu caso fui trocar a Gaxeta (Cordão de Gaxeta Ensebado 1/8), do eixo de 1 1/2" da traineira Marola IV.
1- Não precisa tirar o barco da água ( se as peças estiverem em condições normais de uso ).
2- Não vai vazar uma enxurrada de água pelo eixo. Apenas vai aumentar o fluxo de gotejamento quando o porta gaxeta for aberto.
3- Solte as contra-porcas e depois afrouxe as porcas até serem retiradas liberando o porta-gaxeta. Remova a peça superior no sentido longitudinal do eixo abrindo o porta-gaxeta.
4- Retire os cordões velhos de dentro do porta-gaxeta. Aproveite e verifique o estado das peças quanto a corrosão e necessidade de limpeza.



5- O cordão novo vem inteiro e precisa ser cortado em anéis para ser colocado e funcionar como vedação. Não dá certo enrolar o cordão no eixo e enfiá-lo para dentro do porta-gaxeta, quando apertar vai vazar. A medida é feita enrolando-se o cordão no eixo e marcando o comprimento a ser cortado. Os cortes devem ser feitos em 45 graus de forma que possam ter as pontas sobrepostas. Dependendo do tamanho do eixo e do porta gaxeta serão necessários 3 ou 4 anéis. Os anéis serão colocados um a um com as emendas defasadas em 90 graus de um anel para o outro. Esse procedimento ajudará a vedar o fluxo de água.


6- Colocados os anéis de cordão no porta-gaxeta coloque a peça superior e aperte com a mão. Coloque as porcas e vá apertando até parar ou reduzir a quase nada o gotejamento pela gaxeta. Parado o fluxo de água desaperte as porcas até começar a pingar novamente. Verifique o intervalo dos pingos de acordo com o porte da sua embarcação, espessura do eixo, idade do equipamento e outras variantes. Uma dica é de uma gota para cada 30 segundos. No meu caso conseguimos um fluxo de uma gota a cada 16 segundos, achei bem razoável, pois vai levar mais de 30 horas para armar a bomba de porão.
7- Lembre-se que a gaxeta não pode ficar muito apertada de forma a gerar atrito entre a gaxeta e o eixo do barco, isso provocará desgaste prematuro do eixo. A água que pinga serve como lubrificante entre o eixo e as peças da gaxeta permitindo uma maior durabilidade do equipamento.
8- Se tiver dúvidas verifique se imediatamente após desengatar o eixo após algum tempo de deslocamento do barco não houve aquecimento no eixo próximo à gaxeta. Se estiver aquecendo é porque está apertado demais reveja os procedimentos.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Cartório Marítimo - RJ (Como Registrar a Transferência de Propriedade)

Vamos aqui nesta postagem mostrar o passo a passo para transferência de propriedade de uma embarcação no Rio de Janeiro tendo em vista a imposição legal do registro no Cartório Marítimo. Deixo bem claro que não concordo com essa imposição absurda. Mas como o registro é obrigatório vou informar os procedimentos necessários no sentido de evitar idas ao cartório no centro do Rio só para buscar informações, como aconteceu comigo.

Alguns esclarecimentos:
1- O Cartório Marítimo registra apenas o negócio de transferência de propriedade de embarcações. Não importa tamanho ou valor.
2- Cobra uma taxa altíssima para esse registro conforme tabela própria.
3- Agora é realmente obrigatório o registro no cartório marítimo antes de dar entrada na transferência de propriedade da embarcação na Capitania dos Portos (www.cprj.mar.mil.br)
4- O cartório marítimo faz exigências de assinaturas e solicita documentos que a CPRJ não exige. Fique atento ao passo a passo.

Passo a passo:

1- Ao comprar ou vender uma embarcação certifique-se que a mesma esteja devidamente quitada e liberada para transferência. Em caso de embarcação é necessário o documento físico de quitação e liberação da embarcação caso tenha sido financiada. Somente feche negócio com essa documentação em mãos caso a embarcação tenha sido financiada.

2- O documento de transferência (verde) deverá ser preenchido corretamente e deverá receber as seguintes assinaturas: ( O documento de transferência tem prazo de validade, não dê entrada no cartório marítimo se estiver vencido pois vão te cobrar a taxa, vai cair em exigência e você terá de fazer novo documento na Capitania dos Portos e colher todas as assinaturas novamente e dar nova entrada no cartório marítimo pagando novamente a taxa ).

2.1- Assinatura do proprietário VENDEDOR com firma reconhecida por AUTENTICIDADE
2.2- Se houver CO-PROPRIETÁRIO, este também deverá assinar (no verso do documento, colocando o DE ACORDO) e também deverá ter a firma reconhecida por AUTENTICIDADE.
2.3- Agora vem a primeira pegadinha do cartório marítimo: Deverão constar nome e identificação ( identidade e CPF), com respectivas assinaturas, de DUAS TESTEMUNHAS no verso do documento e as firmas também deverão ser reconhecidas, podendo ser por SEMELHANÇA.

3- O cartório marítimo vai exigir os seguintes documentos para dar entrada no registro para PESSOA FÍSICA:
- Recibo Original (Constando as características da embarcação, qualificações dos envolvidos e com QUITAÇÃO) com reconhecimento de firma do vendedor e comprador por AUTENTICIDADE e de duas testemunhas com reconhecimento de firma por SEMELHANÇA.
- CÓPIA AUTENTICADA do RECIBO depois de todas as firmas reconhecidas.
- CÓPIA AUTENTICADA da identidade e CPF do comprador e do VENDEDOR.
- CÓPIA AUTENTICADA do título de registro da embarcação na Capitania dos Portos.
- CÓPIA AUTENTICADA da identidade e CPF do requerente.

4- Agora vem a segunda pegadinha do cartório marítimo: TODAS AS AUTENTICAÇÕES E RECONHECIMENTOS REALIZADOS FORA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO  DEVERÃO TER O RECONHECIMENTO ATRAVÉS DE SINAL PÚBLICO.

5- Depois de juntar todos os documentos, assinaturas, reconhecimentos e autenticações você deverá preencher um requerimento de registro no cartório marítimo que irá exigir as seguintes informações do comprador e VENDEDOR:
- Nome, nacionalidade, estado civil e profissão.

6- O prazo para devolução do documento será de 15 dias úteis da data de entrega no cartório marítimo e a taxa deverá ser paga em DINHEIRO no ato da entrega dos documentos. Você deverá ligar para saber quando ficará pronto ou se caiu em exigência.

7- Quando receber o documento no cartório marítimo você deverá proceder de fato a transferência de propriedade da embarcação na Capitania dos Portos.

Portanto, veja, se logo na transação, já consegue todos os documentos e informações necessárias para evitar transtornos posteriores, além de muitos gastos desnecessários.

O Cartório Marítimo fica na Rua Acre , 28 - Centro - Rio de Janeiro - RJ -Tel.: (21) 22533459
Terceira pegadinha: O horário de atendimento é de 9:00 às 17:00, eles informam que é até as 17:30, mas na prática só atendem até as 17:00.


TABELA COM OS VALORES DAS TAXAS COBRADAS PELO CARTÓRIO MARÍTIMO - RJ




RELAÇÃO DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REGISTRO NO CARTÓRIO MARÍTIMO




BOA SORTE!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Viva a Vela Popular!

O passeio do dia 25/01/2014 foi ótimo. Desta vez contamos com uma flotilha 100% maior que da última vez quando foram apenas dois caiaques, o meu e o do Genilson (Hidroglassrio.blogspot.com). Fico muito feliz em constatar o crescimento da Vela Popular. Agora fomos em quatro barcos sentindo falta de vários outros. Ainda contamos com a participação das esposas e amigos. E viva a Vela Popular e todos os velejadores. Enquanto a vela tradicional sucumbe em todo o mundo, devagarinho, a Vela Popular vem crescendo e conquistando um espaço importante nessa nova realidade global. Vamos continuar velejando e tendo a certeza de que o melhor barco do mundo é o seu mesmo, pois só ele pode proporcionar, a você, a alegria de velejar.


Foto (cedida por Genilson Andrade) no momento da saída da Ilha da Madeira, aparecem 3 dos quatro caiaques. Na foto temos, da esquerda para a direita: Karla, Marcelo Maia, Pinon, Genilson e Danilo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

VELEJADA DA ILHA DA MADEIRA PARA A ILHA DOS MARTINS - RJ

No dia 25/01/2014 nos reunimos para mais uma velejada da turma da Vela Popular, o trajeto foi da Ilha da Madeira até a Ilha dos Martins, baía de Sepetiba - Itaguaí - RJ. Foi uma velejada tranquila e relativamente técnica na ida, já que o vento estava fraco e contra além da maré enchendo que fazia corrente contra também. Em vários momentos houva ausência total de vento, mas com paciência conseguimos chegar. A volta foi bem tranquila e rápida vento mais forte e a favor. Um belo passeio de família na companhia da minha esposa Karla e dos amigos Genilson (hidroglassrio.blogspot.com), Danilo (veleirok.blogspot.com), Pinon, Ney, Nívea, Luisa, Maurício e amigos.

Partindo da Ilha da Madeira

Momento sem vento


Pinon no trecho de ida

Chegando à Ilha dos Martins



Preparando para o retorno

Trajeto de retorno para a Ilha da Madeira

Danilo no Veleirok

Danilo e Genilson e eu no trecho de volta


Trecho com ondas


Karla mostrando os caiaques na volta

Chegada à Ilha da Madeira

Praia da Ilha dos Martins

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

PARA QUEM GOSTA DE VELEJAR PODE SER ASSIM...

Tome sua vida como um veleiro: se mova ao sabor do vento, curta cada momento em silêncio, levante todos os panos no vento fraco, baixe as velas na tormenta, abrigue-se nas tempestades, medite nas calmarias e apaixone-se em cada pôr do sol.


Pôr do sol na praia de Itacoatiara - Niterói - RJ - 02/01/2014